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domingo, 27 de outubro de 2013

Martín Martínez Pascual

BEATO MARTÍN MARTÍNEZ PASCUAL (1910-1936)
(Sacerdote espanhol, mártir)

Victor Tomás Henriques



Fotografias do Padre Martín Martínez Pascual, tirada momentos antes da sua morte por fuzilamento.

Martín Martínez Pascual nasceu em Valdealgorfa, província de Teruel e diocese de Zaragoza, a 11 de novembro de 1910.

Entrou para o seminário menor de Belchite e continuou seus estudos no seminário maior de Zaragoza até 1934/1935 quando ingressou na Fraternidade Sacerdotal de Sacerdotes Operários do Sagrado Coração de Jesus. Foi ordenado sacerdote a 15 de junho de 1935 e recebeu a missão de ser formador no Colégio de San José de Múrcia e professor no seminário diocesano de San Fulgencio.

Terminado esse ano letivo como professor, fez uns exercícios espirituais em Tortosa, de 26 de junho a 5 de julho de 1936. Em seguida foi de férias à sua aldeia, e ali foi surpreendido pela perseguição religiosa que se iniciou.

A 18 de agosto de 1936, pela manhã, as milícias republicanas e comunistas detiveram todos os sacerdotes que se encontravam em Valdealgorfa. Ao não encontrar Martín, prenderam o seu pai. Imediatamente, a família informou secretamente o Pe. Martín para que fugisse. Mas, este quando soube, foi entregar-se ao Comitê local dos milicianos: Um miliciano seu amigo, ainda o quis demover nas suas intenções, pedindo-lhe que fugisse. Mas o Pe. Martín diz-lhe que não podia consentir que o seu pai padecesse por ele, e que queria sofrer a mesma sorte que os outros sacerdotes. Já no Comitê, este miliciano ainda procurou salvar Martín, dizendo que se tratava de um jovem estudante. Mas, ele confessou abertamente que era sacerdote, e deu ao seu amigo um forte abraço, pedindo-lhe que o transmitisse aos seus familiares. “Eu quero morrer com os meus companheiros”, dizia.

De imediato o levaram a pé até à praça da aldeia, onde subiu para cima de um caminhão na companhia de outros cinco sacerdotes e nove leigos (foi de cima desse caminhão que o fotógrafo russo imortalizou a imagem do futuro Beato da Igreja Católica!) e seguiram na estrada de Alcaniz, onde os fuzilaram. Colocaram-nos de costas, mas o Pe. Martín quis morrer de frente, como o vemos na fotografia. Antes de o executarem, pelo simples delito de ser padre católico, perguntaram-lhe se desejava alguma coisa. Pe. Martín disse:

“Eu vos quero dar a minha bênção, para que Deus não tome em conta a loucura que estais a cometer”.

E depois de abençoá-los, gritou:

“Viva Cristo Rei!”.

Era o dia 18 de agosto de 1936, perto das 18h00.

Estas imagens, estas fotografias, belas e fortíssimas, quase hipnóticas, foram tiradas justamente momentos antes da sua morte por fuzilamento, por um, imaginem… um fotógrafo russo, provavelmente um dos muitos comissários políticos que Estaline enviou à Espanha na época. E o que vemos? Uma paz, um olhar tranquilo e sereno que nos desarma. Ao invés de possível desespero, raiva ou fraqueza emocional, tão comum à própria condição humana, perante o drama pessoal que se iria dar, vemos uma serenidade, um olhar firme, uma postura corajosa que é simplesmente impossível de não nos interpelar. Este jovem padre ia morrer assassinado. Ele sabia-o bem. Alguns de seus colegas no sacerdócio tinham sido executados pouquíssimos minutos antes. Mas olha o seu fotógrafo, cúmplice do assassinato covarde, com uma serenidade só possível de quem perdoa e ama os seus inimigos, como pediu Jesus. Quem é o cristão que pode ter medo da morte depois de olhar estas imagens?

O Pe. Martín Martínez Pascual foi beatificado na cidade santa de Roma, a 28 de outubro de 2007, em conjunto com mais 497 mártires da perseguição religiosa ocorrida no contexto da Guerra Civil Espanhola.

Que contraste com este jovem padre - que não hesitou em dar a sua vida por Cristo - encontro eu na minha vida de cristão, tantas vezes envergonhado de dar testemunho de Cristo em público ou perante os meus amigos, com medo de ser rotulado de retrógrado, homofóbico ou… imaginem a ironia… beato!!! E oxalá, nós cristãos, consigamos os méritos suficientes em vida, para que possamos verdadeiramente ser Beatos ou mesmo Santos! Pois se estes são os olhos de quem vai morrer, eu atrevo-me a dizer que são os olhos serenos de quem tem a certeza que sabe para onde vai e quem o espera!

Beato Martín Martínez, tu que estás na Glória do Paraíso, ora por nós a Nosso Senhor Jesus Cristo!


Fonte: Blog Mártires de Espanha: martiresdeespanha.blogspot.com.br




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